quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O analfabetismo de uma esquerda e a eleição na UFMT


A repetição do quadro vai levando ao esgotamento. Acontece agora na UFMT, mas há muito deixou de ser novidade no movimento estudantil brasileiro, em especial no ensino superior. A ausência de entidades que representem da maneira que deveriam os estudantes nas maiores capitais brasileiras decorre da perpetuação de um círculo vicioso que começa com o sectarismo de alguns partidos de centro esquerda que gastam nas eleições de DA’s e DCE’s o pouco de bolchevismo sem ideologia que lhe restam.

Ao evidenciar sua incapacidade de discutir temas relevantes de interesse dos estudantes e passar o tempo dedicado ao período eleitoral criticando situações que nada tem a ver com a UFMT, os representantes das chapas 1 e 2 jogam no lixo a história da esquerda e do socialismo. Os defensores dessas chapas preferem o distanciamento dos anseios reais dos estudantes por que não se dedicaram no período que tiveram para isso à escutar os alunos sobre o que lhes falta conquistar quanto à sua inserção plena na sociedade, função primordial da universidade.

Não vai aqui nenhuma crítica à discussão de assuntos de repercussão internacional, como o socialismo do século 21 e o imperialismo norte americano. São certamente debates necessários e recorrentes. Mas, que sentido há em preencher o espaço de uma eleição de DCE com assuntos que não melhorariam em nada a situação dos milhares de estudantes da UFMT?

É a certeza de que a presença de militantes partidários não deve ser impedida no movimento estudantil, pelo contrário, deve ser estimulada e atrelada à defesa dos estudantes, o principal pilar de construção da chapa 3.

Seus representantes, filiados ou não a partidos e outras organizações, vêm construindo uma campanha séria, plural e pro positiva, baseada na busca de soluções para problemas históricos da UFMT, como sua infra-estrutura insuficiente e a relação conservadora que seu corpo docente mantém com os alunos.

O DCE precisa sim de uma orientação política, guiada pela transparência, pela democracia e pelo debate de idéias. Mas a discussão política não pode se tornar menos importante do que a adoção de medidas práticas e viáveis em sintonia com as necessidades e desejos dos alunos. A palavra representação não pode perder seu sentido e se transformar em mais um clichê vazio e inconsistente na política estudantil. Politizados ou não, burgueses ou não, militantes ou não, acima de tudo estudantes em busca de representação. Todo apoio à eleição da chapa 3! Juventude ativa, consciente e combativa!

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